A mala direta é uma das formas mais antigas de promoção e de propaganda. Embora tenha diminuído muito após o surgimento da internet, ainda persiste em seu objetivo de promover uma comunicação direta com o consumidor.
O e-mail marketing surgiu junto com o e-mail e com a própria rede. Mas embora pareça simples, criar uma campanha de e-mail marketing tem seus segredos.
Não saber como utilizar esses truques pode significar desperdício de dinheiro e redução da eficiência da campanha. Entre os problemas mais comuns podemos citar como exemplo o envio mensagens para o público errado, ser confundida com spam ou ser apagada antes de ser lida.
Para permitir que sua campanha obtenha resultados positivos, desenvolvi sete regras para obter bons resultados nas campanhas de e-mail marketing. Acompanhe as regras que vou compartilhar.
Regra 1: saiba de onde vem seu mailing
À primeira vista pode não parecer importante saber como você adquiriu, e qual a origem dos endereços de e-mail que você está utilizando, mas eu garanto que isso faz muita diferença.
A internet é feita de pessoas, portanto sua mensagem será enviada para um grupo de consumidores, e não para um monte de computadores. Como o consumidor recebe muitos e-mails não solicitados todos os dias, o spam e os golpes por e-mail são comuns, e ele pode ou não aceitar bem a ideia de receber um e-mail de você.
É muito comum hoje em dia recebermos oferta de empresas que vendem milhares ou milhões de e-mails dito “qualificados”, mas você tem ideia de como esses e-mails foram obtidos? Você sabe o que pode acontecer? Os mesmos milhares de e-mails que você está comprando estão sendo vendidos sem critério para centenas de outras empresas.
Cada consumidor que teve o azar de ter seu e-mail publicado nesta lista receberá além da sua mensagem, outra centena de mensagens não solicitadas, mais uma dezena de e-mails falsos, vírus e golpes.
A tendência é que esse consumidor se torne avesso a todo tipo de mensagem que ele não conhece e endureça as regras de spam do seu programa de leitura de e-mails. O resultado é que sua mensagem jamais será lida, não importa se você envie uma única vez ou dezenas de vezes.
Além disso, outro problema comum é a falta de identificação do consumidor com o endereço de e-mail de sua empresa. A maioria das empresas sérias que vendem essas listas tomam o cuidado de pedir, no momento do cadastro, a autorização do internauta para que seu e-mail possa ser divulgado para terceiros. Os que autorizam sabem e identificam que estão recebendo mensagens sobre um assunto relacionado a um cadastro feito em outro site. Isso cria uma identificação e aumenta as chances de o e-mail ser lido.
Obviamente, os e-mails obtidos em seu próprio site, através de uma página de cadastro, são mais efetivos que as listas compradas de terceiros. Se você pretende adquirir uma lista de e-mails, sempre pergunte a origem e como esses dados foram obtidos. Essa é a melhor forma de garantir que sua lista será de fato útil e eficiente.
Regra 2: defina o público certo para sua mensagem
Outro fator importante na definição da lista de e-mails é a relação entre o público-alvo e a mensagem enviada. É muito comum alguém oferecer uma lista de e-mails identificada como, por exemplo: “50.000 e-mails de empresas industriais de São Paulo”.
Embora isso pareça uma identificação, na prática isso não significa nada. Apenas diz que os e-mails são de algum tipo de indústria em uma determinada cidade. Mas qual o cargo na indústria do usuário do e-mail? Será que esse e-mail não é somente o e-mail padrão do administrador do site da indústria? Será que o setor industrial e o porte da indústria são adequados ao seu público-alvo?
Todas essas perguntas têm que ser feitas para que, mais uma vez., você evite enviar sua mensagem para a pessoa errada. Assim, podemos dizer que é melhor ter uma lista de 1000 e-mails, que pertencem a pessoas dentro do seu público-alvo, do que ter 100.000 e-mails dos quais você não sabe nada.
Não se iluda com os números e não suponha que se você tiver um milhão de e-mails, seu consumidor estará entre eles. Pode ser justamente o milhão de consumidores que não compram o seu produto.
Trabalhe sempre com listas de e-mails claramente ligadas ao seu público alvo. É melhor uma lista pequena e focada, do que uma enorme lista genérica.
Regra 3: crie uma estrutura de e-mail que funcione, sempre
Ao contrário da mala direta, o e-mail não tem corpo físico. Na mala direta, é mais difícil o consumidor jogar a carta no lixo sem abri-la, seja pela curiosidade de conhecer o conteúdo ou simplesmente pelo medo de perder algo importante.
No e-mail, todos os gatos são pardos. Você não tem como trabalhar um envelope diferente e atrativo. Você só terá o seu endereço e o campo “assunto” para chamar a atenção do consumidor.
Sempre tenha em mente que o consumidor lê sua mensagem utilizando um programa, como o Outlook ou o Thunderbird. O que ele vê é apenas uma lista de mensagens com o nome do remetente e o assunto. Essa lista contém ainda marcação automática de spam ou golpe, realizada pelo programa de leitura. Assim, a melhor forma do internauta abrir e ler sua mensagem é evitar que ela seja marcada como spam e tornar o assunto do e-mail interessante e atraente.
Se você seguiu as regras anteriores, o desafio agora é fazer com que o consumidor se interesse pelo campo de assunto do seu e-mail. A máxima atenção deve ser dada ao campo assunto. Ele tem que refletir a sua mensagem e a sua importância para o consumidor.
O assunto deve ter entre 6 e 10 palavras, além de ser de fácil leitura. Pense o seguinte: Você, como consumidor, abriria esse e-mail somente lendo o campo assunto? Não envie campos de assunto somente com a palavra “newsletter” ou “informativo”, acrescente algo sobre o tema da mensagem como: “Newsletter Infobot (widgets virais, entenda o Twitter)”.
Se o assunto gera interesse, então o internauta irá abrir o e-mail, ler o início da mensagem e depois continuar a leitura ou apagá-la. Assim, você tem que criar mensagens de fácil leitura e que não dependam de imagens.
Muitos programas de e-mail são configurados para só apresentar imagens ou vídeos após o leitor autorizar. Assim, a decisão de colocar elementos gráficos, imagens ou vídeos em seu e-mail deve ser bem estudada. Muitas empresas especializadas em e-mail marketing criam peças gráficas baseadas em imagem. Você deve saber que isso pode diminuir as chances de seu e-mail ser aberto.
Os anexos são ainda piores. Em geral, são confundidos com vírus e podem ser apagados já no servidor de e-mails. Há empresas que simplesmente bloqueiam e-mails que contêm anexos. Enviar e-mails somente com texto pode não ser atraente para um consumidor acostumado a um padrão visual cada vez mais elaborado.
Alternativa mais segura, que mistura apresentação e eficiência, é o uso do formato HTML. Esse formato, utilizado na confecção de sites, permite que você crie mensagens visualmente atraentes, que podem ser lidas mesmo sem o carregamento das imagens que as ilustram. Além disso, é possível enviar mensagens no formato HTML e texto, deixando que o programa leitor de e-mail apresente o formato mais adequado.
Regra 4 : deixe clara qual a sua oferta
Quando estamos falando de e-mails, você não pode correr o risco de que o e-mail, depois de aberto, não cause impacto no consumidor. Não há tempo para correções e muito menos para tentativa e erro.
Se você enviar uma mensagem mal formatada ou com um conteúdo ruim, provavelmente sua segunda mensagem não será aberta. Saiba que a maioria dos programas de e-mail permitem que o usuário, com apenas um clique, elimine automaticamente a sua mensagem.
Sua mensagem deve causar impacto e ser significativa para o consumidor. Se você está enviando um informativo, apresente assuntos relevantes e atuais, não apenas uma descrição dos seus produtos. Se você está lançando um produto, crie uma oferta, um desconto, uma vantagem. Faça com que o consumidor sinta que aquilo é exclusivo e só é ofertado por aquele e-mail.
Se você quer promover um evento sazonal, como a estadia em um hotel no feriado, pense no que oferecer que diferencie você do resto dos concorrentes. Evite ao máximo enviar mensagens publicitárias similares às que o consumidor já está vendo na sua distribuição em outras mídias.
Por exemplo, se você criou um anúncio para uma revista, não envie esse mesmo anúncio por e-mail para o consumidor. Você estará perdendo tempo. Crie algo exclusivo e novo. Crie algo que associe o anúncio da revista a uma oferta única por e-mail. Pense que você terá somente uma chance para que sua mensagem cause impacto, portanto faça uma oferta clara e atraente.
Regra 5: escolha a melhor hora para enviar sua mensagem
Perceba a situação do consumidor quando vai abrir a sua mensagem. Os e-mails permanecem em um servidor até que o consumidor consulte sua caixa de entrada. É só nesse momento que ele terá contato com a sua mensagem. Pense bem quem é seu consumidor, como ele se comporta, seu dia-a-dia e quando você imagina que ele abrirá o e-mail.
Se seu cliente é um executivo de uma grande empresa, é provável que ele veja os e-mails de manhã cedo quando chega ao escritório, ou no final do dia quando as coisas estão mais tranquilas. Se você enviar o e-mail no final de semana, seu e-mail aparecerá junto com todo o lixo de spams que foi enviado da sexta à noite até a segunda pela manhã. O executivo já está acostumado com essa enxurrada de bobagens e vai apagar mais rápido os e-mails.
Além disso, segunda-feira pela manhã todos chegam afobados para iniciar o dia e resolver os problemas antes que a semana comece. Imagine agora enviar seu e-mail na terça no final do dia, em torno das 17h30. A maioria dos e-mails chatos já foi descartada, o executivo ainda ficará algumas horas no escritório e ninguém resiste a uma última olhada na caixa de entrada antes de ir para casa.
Percebeu a diferença entre as duas situações? Veja como o dia da semana e o horário do envio são importantes. Esse é só um exemplo, mas pense em seu consumidor e em quando você acha que ele está mais tranquilo, disposto para ler seus e-mails e livre dos indesejados spams.
Regra 6: mantenha a função original de sua lista
Tenha em mente que sua lista de e-mails deve sempre ser preservada e estar ligada ao seu negócio. Já vi grupos empresarias que compartilham grandes listas de e-mails. É o caso, por exemplo, de uma rádio que faz uma promoção e depois envia os e-mails para a matriz, que usa a lista na promoção de uma nova revista. Esse tipo de ação prejudica a qualidade da lista e piora o resultado.
O resultado piora por um motivo muito simples: o consumidor se acostuma a receber seus e-mails e associa sua empresa a um assunto. Se ele recebe outro e-mail com outro assunto, ou vários e-mails com assuntos diferentes, ele terá a tendência a identificá-lo com spam, e não abrirá sua mensagem.
Se você tem um único negócio, é melhor para focar em assuntos específicos. Mas se sua empresa atua em vários ramos, procure manter ações e listas separadas. Você terá listas menores, mas com um retorno muito maior.
Regra 7: tenha uma estratégia integrada
Integre sua ação de e-mail marketing às suas estratégias de marketing. Pense na sua lista de e-mails como um patrimônio de sua empresa e invista para aumentá-lo.
Crie ações promocionais com o objetivo de aumentar o seu banco de dados de e-mail marketing. Analise a taxa de conversão que você vem obtendo com o e-mail marketing, calcule o incremento do resultado com o aumento de sua lista de e-mails e crie promoções que se paguem com esse incremento. Crie também promoções que estimulem a indicação de amigos.
Mas cuidado: crie prêmios, descontos e promoções vinculados ao seu negócio e produto. Isso garante que as pessoas certas vão estar se cadastrando.
Se você vende bebidas, faça promoções dando descontos para compras, ou sorteie um vinho, assim você atrai pessoas que gostam e compram bebidas. Não sorteie uma viagem, pois várias pessoas que não bebem vão se cadastrar para conseguir a viagem. Você estará piorando a qualidade de sua lista com consumidores fora de seu público-alvo.
Como você pode ver, são sete regras simples e objetivas mas que podem ser seguidas por qualquer empresa. O importante é que você as entenda e que crie sua campanha baseada nelas. Com esses passos, tenho certeza de que você irá criar uma boa campanha de e-mail marketing e conseguir bons resultados para sua empresa.
Afinal, as sete regras foram baseadas no comportamento da pessoa mais importante em qualquer campanha: o consumidor.
Fonte: http://imasters.com.br/
Você precisa estar logado para comentar.